Keiji Inafune: a ascensão e queda do polêmico criador de Mega Man
Keiji Inafune: O Legado e as Controvérsias
Se existisse um ranking com os 10 maiores produtores de videogames da história, Keiji Inafune certamente estaria entre eles. Reconhecido como o “pai do Mega Man”, embora essa afirmação não seja totalmente precisa, sua contribuição para a indústria dos games é inegável.
Com um currículo que inclui pelo menos três das cinco principais franquias da Capcom, Inafune esteve envolvido em muitos projetos de grande sucesso, tanto comercial quanto criticamente. No entanto, sua trajetória mais recente suscita questionamentos. Como ele, que era visto como um visionário, se tornou uma figura tão criticada mesmo com um histórico tão impressionante?
Quem é Keiji Inafune? Veja Biografia
Em 1987, Keiji Inafune, um entusiasta do cinema e designer gráfico recém-formado, ingressou em um dos pequenos grupos de desenvolvimento da Capcom. Seu primeiro trabalho foi na criação de personagens para o jogo Street Fighter, contribuindo especialmente no design de Adon, um lutador de muay thai que se tornou referência para outros personagens desse estilo. Além disso, ele foi responsável pela arte dos lutadores na tela de seleção do jogo.
Em seguida, Inafune teve a oportunidade de trabalhar com seu mentor, Akira Kitamura, em um novo conceito de herói que se tornaria Mega Man, um dos personagens mais icônicos dos videogames.
O Surgimento de Mega Man
Em Mega Man 1, Keiji Inafune não apenas elaborou o design final do protagonista, mas também criou vários inimigos, um dos chefes, e trabalhou em diversos aspectos de pixel art, incluindo a arte das caixas do jogo. Apesar de esse título ter obtido vendas razoáveis, ele não foi um grande sucesso, mas garantiu continuações, nas quais Inafune esteve sempre presente. O terceiro jogo da franquia foi o seu favorito por ter recebido maior influência sobre o desenvolvimento da série.
Durante sua jornada, ele também participou de outros clássicos, como DuckTales (1989) e Breath of Fire (1991). Em 1993, Inafune foi selecionado para criar um novo protagonista para a série Mega Man X, um projeto que expandiu ainda mais sua influência na Capcom.
O Acesso ao Sucesso
Entre 1990 e 1993, novos jogos da série Mega Man eram lançados anualmente. Após o sucesso colossal de Mega Man X, a Capcom decidiu lançar dois novos títulos por ano. Nesse período, Inafune rapidamente ascendeu na hierarquia da empresa, tornando-se um dos mais renomados produtores de jogos do Japão.
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Durante sua fase de maior sucesso, ele foi produtor de Resident Evil 1: Director’s Cut e assumiu a produção de Resident Evil 2, ampliando sua influência no mercado. Em 2001, tornou-se produtor executivo de Phoenix Wright: Ace Attorney e do jogo Onimusha: Warlords, um dos primeiros sucessos para PlayStation 2.
A Mudança de Rumos
Apesar de seu sucesso contínuo, a situação começou a mudar quando Inafune foi promovido a Diretor Corporativo Sênior. Embora tenha se distanciado do desenvolvimento direto dos jogos, ele criticou abertamente a indústria de jogos japoneses em uma polêmica palestra na Tokyo Game Show de 2009, afirmando que estava cinco anos atrás dos desenvolvedores americanos.
Após sua saída da Capcom em 2010, Inafune fundou a Comcept, seu próprio estúdio de desenvolvimento, onde procurou liberdade criativa. Ele anunciou projetos como Mega Man Universe e Mega Man Legends 3, ambos cancelados pela Capcom, o que gerou descontentamento.
Os Desafios e o Legado
Em 2013, a campanha de financiamento coletivo para Mighty No. 9 gerou grande expectativa, mas após seu lançamento em 2016, o jogo foi amplamente criticado por problemas técnicos e falta de conteúdo. A situação resultou na perda da credibilidade de Inafune, que se afastou da vida pública após pedidos de desculpas.
Desde então, Inafune esteve envolvido em diversos projetos, porém sem o mesmo êxito anterior. Muitos de seus novos jogos, como Azure Strike Gunvolt 3 e No Pants Game, não alcançaram a aceitação esperada. Hoje, ele é lembrado como um dos mais influentes e controversos produtores da história dos videogames.
Seu legado na indústria é irrefutável: mais de 30 novas franquias, mais de 90 jogos lançados e muitas obras de sucesso como Mega Man, Resident Evil e Street Fighter, totalizando mais de 200 milhões de cópias vendidas globalmente. Contudo, sua história é também um aviso sobre os altibajos na indústria de games.
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